domingo, 14 de abril de 2013

Curso de Redação

Um curso que pode ser útil aos que têm dificuldade em interpretar e escrever.

Estão abertas as inscrições para o curso de Redação e Interpretação do Gabinete Português de Leitura (GPL), com carga horária de 20 horas. As aulas, com início previsto para o dia 24 de abril, será às quartas e quintas-feiras, das 18h30 às 20h, na sede do GPL (Praça da Piedade), em Salvador. O investimento é de 200 reais. Ministrado pelo professor doutor Thiago Martins Prado, o curso vai abordar interpretação de textos (literários ou informativos), estratégias de abordagem de questões de concursos públicos, produção de textos, indicações de aspectos vocabulares e estilísticos para a prática redatora, estudo de modelos de escrita de acordo com a tipologia textual conveniente, além de argumentação de forma clara, coesa e coerente segundo padrão dissertativo. Mais informações pelo telefone (71) 3329-2733 ou site www.gplsalvador.com.br.

Fonte: http://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/materias/1496813-gabinete-portugues-inscreve-para-curso-de-redacao

Avaliação

Na aula anterior, propus que a produção textual fosse enviada por e-mail dentro dos prazos estabelecidos. No entanto, repensando este momento, achei por bem manter o tipo de avaliação, mas alterando a forma de entregar os trabalhos, deixando a atividade para ser feita em sala de aula.

Portanto, o calendário das avaliações ficará da seguinte forma:
 
25 de maio - primeira versão do texto escrito;
08 de junho - segunda versão do mesmo texto escrito no dia 11;
06 de julho - terceira versão do mesmo texto;
 
Durante a produção, não haverá consulta a artigos inteiros, apenas aos fichamentos de citação com, no máximo, 10 linhas em fonte Times New Roman, 12.  
 
Caso o estudante tenha algum problema no dia, entrar com requerimento dentro do prazo estabelecido pelo Regimento, solicitando segunda chamada que será no formato prova.

O que será solicitado de vocês?

O objetivo da disciplina é proporcionar momentos de leitura e de produção textual (oral e escrita). A produção oral ocorre durante as discussões em sala de aula, por isso é importante que vocês expressem a leitura de vocês. A parte escrita será feita através de exercícios realizados em sala (maioria das vezes) ou em casa e a avaliação em sala. Os assuntos a serem tratados são:

1. Gêneros textuais - conceito e função;
2. Relações de gênero - papeis sociais desempenhados por mulheres e homens na sociedade;
3. A linguagem como discurso: discurso, intertextualidade, ideologia, contexto, metáfora, performance, opacidade x transparência.

Programa da disciplina PLPT

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
PRÁTICA DE LEITURA E DE PRODUÇÃO DE TEXTO

Ementa
Fundamentos teóricos das práticas de leitura. Constituição do sujeito leitor/autor. Diversidade dos gêneros textuais. Alternativas metodológicas para a formação do leitor e do produtor de textos.

Objetivos
a) Conhecer e aplicar os fundamentos teóricos de leitura;
b) Analisar textos a partir do conceito de gêneros textuais;
c) Elaborar textos de diferentes gêneros textuais;

Conteúdo
1-Conceitos de: linguagem, texto, leitura, leitor.
2-Processo cognitivo da leitura.
3-Concepções de leitura subjacentes a práticas escolares.
4-Tipos de textos e modos de leitura.
5-Intertextualidade: paródia e paráfrase.
6-Coerência e coesão textuais.
7-Tratamento didático das produções textuais.
8-Funções da linguagem.

Carga horária
04 semanais

Bibliografia básica e complementar

CHALUB, Samira. Funções da linguagem. São Paulo: Ática, 1990.
FÁVERO, Leonor. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1991.
KLEIMAN, Ângela. Oficina de leitura: teoria e prática. Campinas, SP: Pontes, Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1996.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.
ORLANDI, E.P. Discurso e leitura. Campinas, SP: Cortez Editora, 1988.
MEC/SEF. Projeto Pró-leitura na formação do professor. Brasília, 1998.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

A Linguagem, Marilena Chauí

O fragmento abaixo, extraído do livro Introdução à Filosofia, de Marilena Chauí, nos leva a refletir sobre a importância da linguagem para o sujeito. Eu o escolhi para as disciplinas Prática de Leitura e de Produção de Texto (PEDAGOGIA) e Leitura  e Prática de Produção Textual (CIÊNCIAS CONTÁBEIS):
A importância da linguagem

Na abertura da sua obra Política, Aristóteles afirma que somente o homem é um “animal político”, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. Os outros animais, escreve Aristóteles, possuem voz (phone) e com ela exprimem dor e prazer, mas o homem possui a palavra (logos) e, com ela, exprime o bom e o mau, o justo e o injusto. Exprimir e possuir em comum esses valores é o que torna possível a vida social e política e, dela, somente os homens são capazes.

Segue a mesma linha o raciocínio de Rousseau no primeiro capítulo do Ensaio sobre a origem das línguas:

A palavra distingue os homens dos animais; a linguagem distingue as nações entre si. Não se sabe de onde é um homem antes que ele tenha falado.

Escrevendo sobre a teoria da linguagem, o lingüista Hjelmslev afirma que “a linguagem é inseparável do homem, segue-o em todos os seus atos”, sendo “o instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade e seus atos, o instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado, a base mais profunda da sociedade humana.”

Prosseguindo em sua apreciação sobre a importância da linguagem, Rousseau considera que a linguagem nasce de uma profunda necessidade de comunicação:

Desde que um homem foi reconhecido por outro como um ser sensível, pensante e semelhante a si próprio, o desejo e a necessidade de comunicar-lhe seus sentimentos e pensamentos fizeram-no buscar meios para isso.

Gestos e vozes, na busca da expressão e da comunicação, fizeram surgir a linguagem.

Por seu turno, Hjelmslev afirma que a linguagem é “o recurso último e indispensável do homem, seu refúgio nas horas solitárias em que o espírito luta contra a existência, e quando o conflito se resolve no monólogo do poeta e na meditação do pensador.”

A linguagem, diz ele, está sempre à nossa volta, sempre pronta a envolver nossos pensamentos e sentimentos, acompanhando-nos em toda a nossa vida. Ela não é um simples acompanhamento do pensamento, “mas sim um fio profundamente tecido na trama do pensamento”, é “o tesouro da memória e a consciência vigilante transmitida de geração a geração”.

A linguagem é, assim, a forma propriamente humana da comunicação, da relação com o mundo e com os outros, da vida social e política, do pensamento e das artes.

No entanto, no diálogo Fedro, Platão dizia que a linguagem é um pharmakon. Esta palavra grega, que em português se traduz por poção, possui três sentidos principais: remédio, veneno e cosmético.

Ou seja, Platão considerava que a linguagem pode ser um medicamento ou um remédio para o conhecimento, pois, pelo diálogo e pela comunicação, conseguimos descobrir nossa ignorância e aprender com os outros. Pode, porém, ser um veneno quando, pela sedução das palavras, nos faz aceitar, fascinados, o que vimos ou lemos, sem que indaguemos se tais palavras são verdadeiras ou falsas. Enfim, a linguagem pode ser cosmético, maquiagem ou máscara para dissimular ou ocultar a verdade sob as palavras. A linguagem pode ser conhecimento-comunicação, mas também pode ser encantamento-sedução.
Com base no texto acima, vamos pensar nos nossos atos de fala, nas formas de dizer, de comunicar, de significar. Os enunciados abaixo, por exemplo, cumprem uma mesma função?